O ciclismo tem conquistado um número cada vez maior de adeptos, principalmente nos últimos dois anos, em decorrência da pandemia. São mais e mais ciclistas que surgem por aí a cada dia animados com as pedaladas, que traz inúmeros benefícios à saúde física e mental. Mas, como em qualquer modalidade esportiva, é comum surgirem pequenos obstáculos de serem encarados durante a prática, como as lesões. Com a prática contínua, há algumas lesões mais comuns em ciclistas, causadas, principalmente, devido à falta de prevenção.
A lesão, no entanto, não é motivo para que se abandone o pedal! É seguro dizer que o ciclismo é uma atividade aeróbia que traz inúmeros benefícios, como o desenvolvimento da resistência e da força cardiorrespiratória, a queima de gordura corporal, a melhora do sistema cardiovascular e tantos outros aspectos positivos que colaboram para o nosso corpo e mente.
E para que nenhum desses aspectos positivos sejam prejudicados pelas lesões, é importante estar atento aos sinais a fim de evitá-las. Por isso, elencamos, abaixo, as seis lesões mais comuns em ciclistas e como elas devem ser prevenidas.
As lesões mais comuns em ciclistas
- QUEDAS
São as lesões mais comuns que ocorrem no ciclismo, acometendo na maioria das vezes, punho, braços, face e clavícula e, em casos mais graves, a cervical e o crânio.
Muitas vezes as quedas são causadas por inexperiência, a falta de atenção e até mesmo excesso de confiança por parte do ciclista. Por isso, para prevenir uma queda, é imprescindível o uso dos equipamentos de segurança, como capacete, luvas, óculos. Além de estar sempre atento durante os pedais, principalmente quando se pedala em grupo.
- DOR NA LOMBAR OU LOMBALGIA
A lombar é a parte inferior da coluna vertebral. É a queixa mais freqüente dentre as lesões que acontecem para quem pratica o ciclismo. Este tipo de lesão, normalmente, está relacionado à postura, já que o ciclista acaba passando horas e horas na mesma posição, com a coluna curvada sobre o guidão durante a pedalada. A situação piora se a bicicleta estiver desregulada, aumentando ainda mais o estresse à coluna, músculos, ligamentos e discos intervertebrais.
O disco intervertebral, podemos dizer de forma grosseira, que funciona como se fosse uma esponja que fica entre as vértebras da coluna e possui a função de absorver os impactos. Por causa da posição na bicicleta, os músculos da parte inferior da coluna vertebral muitas vezes estão sobrecarregados, levando a mudança da postura, principalmente se eles não estiverem fortalecidos e mais fracos, aumentando ainda mais a compressão do disco intervertebral, podendo afetar outras áreas e desencadeando, por exemplo, dores no quadril, além de dores irradiadas para as pernas devido a uma compressão do nervo ciático.
Para prevenir o melhor é fazer alongamentos para aliviar a tensão muscular e relaxamento dos músculos, além é claro, de sempre estar atendo à regulagem correta da bicicleta e verificar se o tamanho do quadro, altura do selim e guidão estão corretos. É também através do fortalecimento do core, que são os músculos que ajudam a estabilizar a postura e ficam ao redor de toda região do tronco, na linha da coluna lombar. Se o core estiver fraco, outras regiões são sobrecarregadas causando tensão excessiva. Um core fortalecido garante o equilíbrio na distribuição das forças durante o pedal.
- DORES NOS JOELHOS
As dores nos joelhos podem ser decorrentes da falta de ajuste na altura do selim, que pode estar muito baixo ou muito alto, ou então por pedalar com os joelhos muito para dentro ou pra fora. Nesse caso, o ideal é estar atento a regulagem da altura do selim, fazer a correção postural e correção do taquinho da sapatilha, evitando assim, a sobrecarga nos joelhos.
- DORES NA COLUNA CERVICAL
As dores no pescoço são causadas em decorrência da tensão causada pelo fato do ciclista ficar muito tempo na mesma posição. A dor pode ainda se agravar se a postura estiver errada e a bike mal regulada. Até mesmo o capacete pesado e a hiperflexão dos cotovelos podem influenciar nessas dores. Uma maneira de evitar a lesão é fazer a correção da postura, regular corretamente a bike e, se for o caso, trocar o capacete. Sessões de alongamento na região cervical e ombros irão aliviar as dores e relaxar a musculatura.
- LESÕES NO PERÍNEO
É a região que faz parte da área pélvica, localizada entre o ânus e o órgão genital.
As lesões no períneo geralmente ocorrem devido a angulação e formato do selim. Ficar muito tempo sentado no selim, portanto, colabora para uma compressão nos vasos sanguíneos, comprometendo a irrigação sanguínea dessa região, podendo ocasionar dormência e dores.
A prevenção da lesão é feita através do uso de um selim adequado, além do uso da bermuda de ciclismo com densidade apropriada para o nível de pedal. Outra dica importante é ter atenção na hora de passar por terrenos acidentados e irregulares, que tem mais impacto e nas decidas, O ideal é levantar o selim para aliviar a compressão ajudando assim prevenir as dores.
- FORMIGAMENTO NAS MÃOS E NOS PÉS
O formigamento nas mãos pode acometer pulsos e dedos, devido uma compressão do nervo ulnar e mediano, além da falta de movimentação. A região dos pulsos ainda pode sofrer impactos durante o pedal levando a lesão do túnel do carpo. O uso de luvas de qualidade e postura correta, evitando o “punho quebrado”, deixando os cotovelos semiflexionados auxilia na absorção dos impactos e irão ajudar a prevenir as lesões. O formigamento nos pés pode ocorrer devido o uso de calçado muito apertado e/ou o taquinho da sapatilha mal posicionado. Nesse caso, se atente para o uso da numeração adequada e o ajuste correto do taco da sapatilha.
Vale lembrar, que algumas pessoas são mais propensas a ter lesões em relação a outras, e algumas lesões podem ser evitadas e tratadas. É preciso ainda estar atento ao próprio corpo, pois elas não acontecem da noite para o dia. As dores e desconfortos são sinais de que algo está errado e, se a situação não for corrigida, as lesões surgirão a longo prazo.
E lembre-se: se a lesão for persistente o ideal é buscar um profissional médico, que irá auxiliar, identificar e ajudar a tratar a causa.
